Jorge Vercillo

agenda discografia contato biografia biografia-ing agenda fotos videos player flickr Youtube Twitter facebook É impossível escrever a história da música brasileira a partir dos anos 90 sem tocar muitas vezes no nome de Jorge Luiz Sant´anna Vercillo, ou simplesmente Jorge Vercillo, que é como este cantor, compositor e músico carioca, nascido em 11 de outubro de 1968, é conhecido por milhões de brasileiros. Basta listar as conexões deste artista de talento múltiplo para perceber sua influência na música brasileira. O Vercillo que tem emplacado sucessivos hits nacionais nas rádios e nas trilhas sonoras de novela desde os anos 90 – em escalada de sucesso intensificada em 1999, ano em que o cantor lançou seu terceiro álbum, Leve, disco que o catapultou ao estrelato nacional – é o mesmo artista que assinou em pé de igualdade um CD/DVD com Jorge Aragão, Jorge Ben Jor e Jorge Mautner. É o compositor versátil – hábil na feitura tanto de uma balada pop como de um samba ou mesmo de um xote – que virou parceiro de compositores de gerações e estilos distintos, como Ana Carolina e Marcos Valle. E que neste ano de 2013 lança o 12º título oficial de sua discografia solo, o CD e DVD Luar de sol – Ao vivo no Ceará (Posto 9 / Microservice). Com esse trabalho, o artista lança mais um sucesso, Face de Narciso, parceria com Jota Maranhão já propagada desde março na trilha sonora da novela Flor do Caribe (TV Globo, 2013), canta com Fagner e interage com artistas cearenses a partir da captação - feita sob direção de Darcy Bürger – de show apresentado em setembro de 2012 no Theatro José de Alencar, em Fortaleza (CE).

Luar de sol ilumina mais uma faceta de obra fonográfica que já totaliza nove álbuns de estúdio, três registros ao vivo de shows – lançados em CD e em DVD – e o disco dividido com os outros três Jorges, além de duas coletâneas (com destaque para a compilação editada pela Som Livre na sua série Perfil). Obra monumental que já caminha para os dois milhões de discos vendidos e que já rendeu a Vercillo um Disco de Platina, três Discos de Ouro e duas indicações ao Grammy Latino (em 2007 e em 2009). Sem falar na satisfação imensurável de ter ouvido suas músicas nas vozes de cantores consagrados como Ana Carolina, Caetano Veloso, Leila Pinheiro e Maria Bethânia, entre muitos outros. O primeiro disco, Encontro das águas, foi lançado em 1993 pela extinta gravadora Continental. E assim, com um sucesso atrás do outro, se passaram não dez, como diz a letra do bolero popular, mas 20 anos. Contudo, a história musical de Jorge Vercillo começou, a rigor, na primeira metade dos anos 80 quando, aos 15 anos, o então iniciante cantor entrou em cena nos bares da vida noturna carioca, tirando de campo o jogador de futebol que já se insinuava promissor. A vivência como cantor da noite preparou o jovem artista para saltos maiores. O primeiro foi dado em 1989 e em 1990, anos em que Vercillo representou o Brasil no Festival Internacional de Curaçao (ilha do território neerlandês que tem a autonomia de um país) e venceu a competição nesses dois anos consecutivos.

A primeira vitória foi conquistada com canção de sua autoria, Alegre, que viria a abrir o primeiro álbum do cantor, o supra-citado Encontro das águas. A segunda veio com No bay, tema cantado no idioma nativo de Curaçao. Produzido por Renato Correa, o disco Encontro das águas possibilitou que a voz de Vercillo começasse a emergir em escala nacional. Parceria do compositor com Jota Maranhão, a música-título Encontro das águas foi veiculada da trilha da novela Mulheres de areia (TV Globo, 1993). Na sequência, Praia nua – música que fechava o disco e que era somente de autoria de Vercillo - entrou na trilha sonora da novela Tropicaliente, ambas da TV Globo. Na corrente do sucesso obtido pelo CD Encontro das águas, Jorge Vercillo lançou em 1996 seu segundo álbum, Em tudo que é belo, trabalho inteiramente autoral em que o artista começou a temperar seu som com toques de world music. É o disco em que Paulo César Feital passa a integrar o seleto time de parceiros do artista, assinando com Vercillo as faixas Himalaia e Oração Yoshua. É o disco também de músicas como Fácil de entender.
Mesmo não tendo emplacado um grande sucesso popular, o álbum Em tudo que é belo consolidou o estilo e a personalidade da música de Jorge Vercillo, rendendo ao artista, em 1997, indicação ao Prêmio Sharp (atual Prêmio da Música Brasileira) na categoria Melhor Cantor Pop. Em 1998, ano que a dupla sertaneja Chrystian e Ralf fez sucesso com gravação de música de autoria de Vercillo (Sensível demais) que somente seria registrada pelo autor em 2011, o artista tomou decisão hoje comum no mercado fonográfico, mas ousada para a época.

Ao se desligar da Continental, gravadora de alcance reduzido no segmento de Vercillo, o cantor partiu para uma produção independente. Tal produção foi o disco Leve. Lançado em 1999, Leve fez tanto sucesso na cena indie que, por ironia do destino, conduziu o artista ao mainstream da indústria do disco. A música que impulsionou a repercussão de Leve foi Final feliz, canção de autoria de Vercillo que o cantor gravou em dueto com ninguém menos do que Djavan. Foi uma resposta elegante e sutil a quem identificava traços da obra do compositor alagoano na música do artista carioca. Final feliz ganharia na sequência a voz de Caetano Veloso, em dueto feito com Alexandre Pires para DVD do grupo Só pra Contrariar. Leve adicionou mais um parceiro ao time de Vercillo. Trata-se de Zeppa, coautor da música-título Leve e da faixa Em órbita. Outra novidade do disco foi a regravação de Beatriz, canção que Edu Lobo e Chico Buarque tinham composto para a trilha sonora do balé O grande circo místico (1983). A propósito, Leve foi o primeiro disco em que Vercillo se permitiu cantar músicas de outros compositores, mostrando que, além de ser dono de obra autoral, era intérprete hábil na interpretação precisa das canções e intenções de outros autores. Leve foi o passaporte para o ingresso de Vercillo na gravadora multinacional EMI Music. Como o sucesso do disco se estendeu ao longo do ano de 2000, o cantor – sem medo de se arriscar – bancou apresentação no Canecão, a extinta casa de shows do Rio de Janeiro (RJ) que era o principal termômetro da popularidade de um artista no Brasil.

Como o público lotou a casa para ver Vercillo, o mercado fonográfico foi despertado para o sucesso do cantor, cabendo a EMI fechar contrato com o artista. A reedição de Leve pela multinacional do disco foi o primeiro efeito do contrato. Em 2002, quando o quarto álbum de Jorge Vercillo – Elo, o primeiro feito na EMI Music – foi lançado, o cantor já era um astro nacional, conhecido de Norte a Sul do Brasil. Popularidade ampliada com o êxito instantâneo da primeira faixa eleita para promover Elo, Que nem maré, canção pop que se tornaria a música mais tocada no país naquele ano de 2002. No embalo do estouro de Que nem maré, o disco emplacou outro hit nas rádios, Homem-aranha. Na sequência, já em 2003, uma terceira música de Elo se tornaria conhecida no Brasil através da minissérie A casa das sete mulheres, exibida pela TV Globo.

Trata-se de Fênix, balada mais introspectiva que abriu a parceria de Vercillo com o cantor e compositor mineiro Flávio Venturini. Fênix até hoje é número pedido e aplaudido nos shows de Vercillo. A maré estava mesmo para Jorge Vercillo. Até a música que batizou em 1993 seu álbum de estreia, Encontro das águas, emergiu e voltou às paradas a reboque de regravação feita por Vercillo com Jorge Aragão para DVD do sambista. Ainda em 2003, Jorge Vercillo lançou seu quinto álbum de inéditas, Livre, editado em CD e também no formato de DVD. O vídeo digital exibiu o registro das gravações do disco –produzido por Vercillo com Paulo Calasans – e trouxe entrevistas com o artista. Repetindo o êxito de Que nem maré, a faixa Monalisa disparou nas rádios e entrou para o time de hits nacionais de Vercillo. Como de praxe, o artista apresentou em Livre repertório essencialmente autoral, mostrando que seu trabalho como cantor está intimamente associado à sua produção como compositor. De todo modo, o artista se exercitou como intérprete de obras alheias em 2004, ano em que Vercillo gravou participações em DVDs de Ivan Lins (na faixa Guarde nos olhos) e Pepeu Gomes (na música Deusa do amor). Nesse mesmo ano de 2004, o artista conheceu o cantor e compositor carioca Marcos Valle, abrindo parceria com esse ícone da Bossa Nova. A música resultante do encontro, Pela ciclovia, ganhou a voz de Leila Pinheiro no CD Nos horizontes do mundo (2005). Signo de ar foi o título do álbum de inéditas lançado por Jorge Vercillo em 2005. Foi um trabalho mais pop em que o compositor se manteve fiel ao seu repertório autoral, mas se permitiu ampliar o leque de parceiros. Vercillo deu voz em Signo de ar a músicas feitas com parceiros novos como Ana Carolina (Abismo e Ultra-leve amor), Dudu Falcão (Ciclo e Melhor lugar), Nico Rezende (a faixa-título do CD, Signo de ar) e Torcuato Mariano (Mandala). As mudanças contribuíram para renovar o repertório de Jorge Vercillo e foram bem recebidas pelo público do artista. Tanto que, em 2006, Vercillo recebeu o Prêmio Tim (atual Prêmio da Música Brasileira) de Melhor Cantor Eleito por Voto Popular. Foi também nesse ano de 2006 que o cantor fez, enfim, seu primeiro registro ao vivo de show para edição de DVD e CD ao vivo, dobradinha já então bastante valorizada em mercado fonográfico que passou a se pautar por produtos audiovisuais. Gravado em show no saudoso Canecão, no Rio de Janeiro (RJ), Jorge Vercilo ao vivo funcionou como um best of da obra autoral do artista, mas apresentou música inédita, Eu e a vida, orquestrada pelo pianista Luiz Avellar. Ana Carolina, Marcos Valle e Leila Pinheiro figuram como convidados no DVD. Em 2007, ano que Vercillo recebeu seu segundo Prêmio Tim de Melhor Cantor Eleito por Voto Popular, o artista lançou nada menos do que dois discos. O primeiro foi o registro de show feito em homenagem a São Jorge em 23 de abril de 2007, na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro (RJ). Vercillo dividiu o palco com outros três Jorges – Aragão, Ben Jor e Mautner – no show eternizado no CD e DVD Coisa de Jorge, puxado nas rádios por composição inédita feita por Vercillo com Aragão e Ben, Líder dos Templários, em tributo ao Santo Guerreiro.

Ainda em 2007, já no fim do ano, Vercillo apresenta seu sétimo trabalho autoral, Todos nós somos um, disco de tom humanista em que o artista adensou sua obra, encorpada com sotaque mais brasileiro. Disco renovador, Todos nós somos um abriu ciclo e parcerias na obra do artista. A começar por Cartilha, abolerada e densa canção que abriu o CD. Foi a primeira parceria de Vercillo com Fátima Guedes, autora dos versos apaixonados. Embaladas com cordas, as canções Deve ser e Devaneio também seguiram por trilha densa. Camafeu guerreiro, baião estilizado que desembocou em refrão calcado no ritmo do ijexá, exemplificou a brasilidade que pontuou o disco, puxado pela balada Ela une todas as coisas, composta por Vercillo com o parceiro Jota Maranhão. Entre sambas (Toda espera e Tudo que eu tenho), toada bucólica (a mesma Luar de Sol que seria revivida como a música-título do CD/DVD gravado no Ceará em 2012 e lançado em 2013) e o Xote do Polytheama (gravado com a voz e o violão de Guinga), Vercillo apresentou em Todos nós somos um sua segunda parceria com Marcos Valle, Numa corrente de verão, um sambossa que transita na mesma trilha pop e ensolarada de Pela ciclovia, primeira música da dupla. Em abril de 2008, Vercillo caiu na estrada com o show Todos nós somos um, captado em 31 de outubro e 1º de novembro de 2008 no mesmo Canecão, no Rio de Janeiro, onde o cantor estreou a turnê nacional. A gravação ao vivo deu origem, em 2009, ao CD e DVD Trem da minha vida – Ao vivo, segundo registro de show do artista. No DVD, Vercillo recebeu como convidados seus parceiros Dudu Falcão (na canção Coisas que eu sei) e Jota Maranhão (no samba Filosofia de amor), além do cantor Sergio Moah (do grupo gaúcho Papas da Língua), convidado de São Jorges. A inédita música-título Trem da minha vida foi um reggae de autoria do cantor. Ainda em 2009, Vercillo fez seu trem seguir por outro trilho. O cantor se desligou amigavelmente da gravadora EMI Music – na qual ingressara em 2000 – e assinou contrato com a Sony Music em janeiro de 2010, passando a ter seus shows agenciados pela Day 1, empresa associada à gravadora.

O primeiro e único disco na nova companhia, D.N.A., foi lançado em abril de 2010. Neste seu oitavo álbum de inéditas, promovido nas rádios com as canções "Me transformo em luar" e "Arco-íris" em parceria e duo com o cultuado e jazzístico Filó Machado, Vercillo ainda teve o privilégio de cantar com Milton Nascimento (em "Há de ser") e de projetar a cantora Ninah Joh no horário nobre das novelas Globais, como participaçao vocal da balada-jazzy "Memória do prazer", música que inaugura também a parceria com sua esposa Gabriela Vercillo. No embalo do lançamento do CD D.N.A., Vercillo iniciou turnê nacional que percorreu o Brasil de maio de 2010 até julho de 2011, ano em que o cantor começou a gravar seu nono álbum de inéditas, Como diria Blavatsky, título que cita teósofa e escritora russa do século 19, Helena Blavatsky (1831 - 1891). Como Diria Blavatsky chegou às lojas em outubro de 2011 com capa que evoca símbolos da ciência do ocultismo e com distribuição da Microservice, fábrica que firmou parceria com a Posto 9, empresa que passou a gerenciar desde então a carreira de Vercillo. O autoral repertório de inéditas de "Como diria Blavatsky" inclui sambas como "Ventou-ventou" e Invictor (esse último em homenagem ao filho mais novo, Victor Vercillo), sua veia jazzística nos traz a reflexiva "Rio Delírio", o baiao-pop "Acendeu" em parceria com Dudu Falcao, feita em homenagem ao arquipélago de Fernando de Noronha e outras novidades sempre presentes em seus álbuns. Estreado em outubro de 2011 no Rio de Janeiro (RJ), o show Como diria Blavatsky foi o ponto de partida para nova turnê nacional do artista, gravada e dirigida pelo Canal Brasil em Fortaleza. Face de Narciso – tema propagado neste ano de 2013 na trilha sonora da novela Flor do Caribe – é a música que dá impulso a Luar de sol – Ao vivo no Ceará, CD/DVD que ilumina mais uma face da obra em constante progresso do artista.